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Centro Espírita Estrela Guia
Em relação ao Candomblé o dono da casa é Sogbô, senhor do Fogo, do Cosmo, do Firmamento, da Vida, do Raio e da voz do Trovão. Já a posição de dona da casa é de Aziri, que representa não só todas as mães d`água como todo o Poder Gerador Feminino, simbolizado no “ovo cósmico” de uma grande serpente de tempos imemoriais.
Os voduns fundadores e primeiros dirigentes da casa são Odé, neste caso mais especificamente Logun-Edé, Averekete e Ogun-Já. O primeiro pode ser associado na Umbanda a Oxosse enquanto que o segundo não tem analogia na Umbanda e faz parte, na tradição jeje, da família do vodum Sogbô. Já no caso de Ogun, o santo guerreiro, este se reconhece da mesma forma em ambos os cultos, Umbanda e Candomblé.


Panteão cultuado na casa de acordo com rito do Candomblé
São três famílias de voduns cultuados no Kwê Zodji Dan Mahi:
a) Família Kaviúno: família de Hevioso, presidida por Sogbô. São entidades que comandam as grandes e indomáveis forças da natureza, incluindo àquelas envolvidas na geração e destruição dos mundos. Também se encontram nesta família os voduns do mar. São alguns voduns desta família, além de Sogbô, Badé, Loko, Possu, Averekete, Acorumbé e Abetaoyó.
b) Família de Dan: família de Aidô-wedô, das serpentes das águas doces e da terra, presidida por Bessem, que leva o elemento fluido da terra para os céus, revelando-se entre outras formas naquela do arco-íris. Tem relação profunda também com o nascimento e, sobretudo, com o cordão umbilical. Os voduns da família de Dan estão relacionados a manutenção do mundo e da vida, tanto quanto a gestação que leva a existência física. São Voduns desta família: Dadahou, Kwénkwén, Ojicú, Bafono Deká, Acassú, Ajaçú, Toquém e Frequém.
c) Família Nagô-vodum: família de Orixás de origem yorubá assumida no culto mahi. Os voduns desta família passam então a ser chamados Nagô-voduns. Os nagô-voduns têm um temperamento mais próximo ao dos homens e suas paixões, seus desafios, suas batalhas e sua evolução. São Nagô-voduns: Ogun, Odé, Azanssu, Oyá, Yemanjá, Oxum e Olissá.
Além das três famílias é também cultuado Ayízàn, Vodum da “nata da terra” ou “esteira da terra”, em referência a superfície desta. Sendo assim é, por extensão, a dona dos “mistérios da terra” ou “mistérios da morte“.
Em cada uma destas famílias incluem-se várias entidades com características próprias e traços singulares que definem as características de seus “filhos”, em consonância com sua própria natureza. Essas várias entidades são normalmente chamadas “qualidades” dos santos no linguajar comum e cotidiano dos terreiros.
Todavia é preciso esclarecer que, sobretudo no caso dos Voduns de origem jeje, cada entidade é uma manifestação particular e individual, e não apenas uma faceta de determinado santo.
